ENTREVISTAS

José Miguel Wisnik

por Glória Maron




José Miguel Soares Wisnik é músico, compositor e ensaísta brasileiro. É também professor de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo. A multiplicidade de facetas de seu trabalho vai além da literatura e música, conectando-se com diferentes campos da cultura.


O resultado do seu ofício de artesão que maneja e transita entre letras e cifras musicais toma corpo nas canções e textos diversos, cantados e contados em aulas-show, apresentações em teatros, bem como em livros ou publicações em jornais de grande circulação no país.


Seu estilo de cantar e contar a música nos conduz a trilhas sonoras pouco usuais. Um pouco desse resultado podemos encontrar em um de seus livros mais conhecidos, “O Som e o Sentido”, um modo original como vai articular peças soltas para construir sua autoral história da música. Mais do que uma história da música, segundo seu autor, “é sim um livro sobre vozes, silêncios, barulhos, acordes, tocatas e fugas”. Nesse mesmo livro, visa demonstrar que a evolução da linguagem musical do Ocidente desenha um percurso em espiral que oscila entre duas alternativas colocadas pela própria natureza do som e do nosso corpo: a pulsação e a frequência.


Os efeitos da incidência do som no corpo em vibração é um dos vetores do seu trabalho que nos toca e que podemos considerar o mote para uma conversa com o tema do nosso X Congresso.


Como a incidência dos precipitados do que chamamos com Lacan delalíngua tem lugar na música? O que a música pode nos ensinar sobre essa passagem do incorporal que toma corpo, se presentifica no corpo como pura vibração sem sentido?


Essas e outras questões podem ter lugar nesse encontro que reúne arte e psicanálise e que esperamos seja vibrante e ensinante. Suas ressonâncias poderão ser recolhidas do que extrairmos no próximo dia 26 de abril, quando nosso convidado será entrevistado por Marcus André Vieira e Sérgio Laia.


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